Mais uma vez ela chegou sorrateira, sem grandes alardes. Só ficamos sabendo às vésperas do desfile. É a “Parada Iluminada” de Natal, promovida pela Coca Cola Company.
Apesar dos tantos malefícios que seu refrigerante mais famoso nos traz, o grupo dá um jeito de nos presentear nessa época do ano, que estamos mais propícios aos atos de caridade, a ser mais solidários e quando ficamos mais sensíveis, um espetáculo de tamanha beleza.
Este foi o meu segundo ano e confesso que me cansei de tanto aguardar o desfile. Levei meus guarda-chuvas, pois como disse para minhas amigas: “desfile de carnaval chove, noite de Natal também chove, logo, hoje, também teremos chuva.” Ainda bem que minha “praga” não pegou. A noite estava quente e a cena
que se repetia era a de crianças brincando alegremente, naquelas horas da noite, no calçadão e areia da praia de Copacabana.
Como sempre a saída nunca é no horário previsto. Parece que o atraso já está arraigado na cultura carioca. Mas quando os
caminhões da Coca-Cola surgem, eu corro como criança para saúdá-los e me preparar para receber o desfile mágico de anjinhos,
brinquedos, duendes, fadas, príncipes e princesas e o querido Papai Noel. Meus olhinhos infantis brilham e eu vibro, não parando de apertar o botão da minha câmera fotográfica. Nem ligo para uma senhora que teima, em dia de tamanha alegria, vociferar no meu ouvido, por ter chegado cedo e não conseguir assistir ao desfile “de camarote”, já que a multidão a impedia.
A cada ano um carnavalesco é escolhido para preparar o desfile. Este ano foi a vez de Paulo Barros, da Unidos do Viradouro, escola de samba de Niterói, que trouxe à Avenida Atlântica um sonho mágico de Natal.
Certa vez, assistindo a uma entrevista com o grande carnavalesco Joãozinho Trinta, soube que ele foi do elenco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde participou de diversas montagens de ópera nacionais e internacionais. E foi nesta experiência, que descobriu que o desfile de uma escola de samba é exatamente como uma ópera, com todos os seus elementos. Para à avenida, no Carnaval, ele trouxe esse aprendizado. E soube usá-lo como ninguém.
E aí, se pararmos para observar uma ópera, um desfile de escolas de samba e esse atual desfile natalino, veremos nitidamente como seus elementos se entremeiam.
Vale a pena conferir no próximo ano.
Fotos: MARLUCI COSTA
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Correção:
Fabrício Guerra, que participou da criação da Parada Iluminada de 2008, me corrigiu informando que o responsável pela concepção do desfile deste ano foi o artística plástico André Paz.
Leiam o seu comentário.
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