domingo, 16 de outubro de 2011

Paraty, cidade cenário musical





Paraty está pronta e ali podemos viver qualquer história.  Não falta cenário ou fundo musical.  Andar no centro de Paraty, principalmente à noite, é ter uma trilha sonora te acompanhando por todo o tempo.

De cada barzinho ou restaurante sai uma música diferente,  Não aquelas que nos afugentam ou estouram nossos tímpanos com violentas marteladas.  São músicas melodiosas, que nos fazem estar ali e não estarmos ao mesmo tempo.

Além da viagem obrigatória no tempo que, inevitavelmente, a cidade nos leva, somos embalados por essas músicas numa viagem sem fim.   Podemos pegar carona nas já existentes ou criamos a nossa.





Paraty é um cenário de beleza estonteante: parte natural e parte erguida pelo homem, posando com graça às lentes que a admiram de todos os ângulos.

Então, vamos lá! Abrir bem os olhos, escolher o cenário e...  clic ou...  ação.







Fotos:  Marluci Costa (setembro/2011)

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domingo, 9 de outubro de 2011

Sons da praia num sábado de sol.


Manhã linda de primavera.  Prêmio para aqueles que passam os cinco dias da semana enclausurados num escritório.  Como eu !
Não há como não sair ao sol.   Presenteio-me com uma manhã na praia.  Quero “crocodilar” !  Descansar a mente, refletir em algumas questões da vida, ler um jornal...

O dia está de agradável pra quente!  Brisa gostosa ...




    
  
Chego na praia, ainda vazia, fixo a minha cadeira e jogo a minha canga por terra, quer dizer, por areia.  Em seguida me jogo sobre ela.  Momento de dar um bronze na esquecida costa.
“Ai que delícia!  Paz merecida!” , penso eu.   Ledo engano!  Os sons começam a me incomodar.

“Picolé da Kibon!   Criança não paga!  Quem paga é a mãe!”
“Geladão:  limão e mate!
Biscoito é GLOBO.  Limão e Mate!”



O tempo vai passando , o calor vai aumentando e mais e mais sons vão surgindo.

“Geladão:  limão e mate!  Biscoito é GLOBO.  Limão e Mate!”
“O dia ta lindo!”  “Eu tenho chapéu.   Eu tenho óculos e bronzeador!”  “Obrigado meu Deus por esse dia !”  “Biscoito é GLOBO!  Vai?”  “É dois na minha mão.” “Alô mate!  Alô limonada. Vai mate ai?”  


 


Não dá!  Me levanto,  sento na minha cadeira e tento ler o jornal. E o fundo sonoro continua.

“Sal e doce, GLOBO!” “Alô esfirra aí!   Fresquinha aí!”  “Coca-Cola, água e cerveja!”  “Olha o óleo aí!  Bronzeador, protetor solar aí!”  “Picolé da Kibon, Nestlé, Itália!” “Vai limonada.   Vai mate.”  “Eu sou o verdadeiro vendedor.  Cheguei tarde, mas cheguei!”  “Picolé da Muleka!”  “Eu sou o canto árabe!  É quiiiiiiibe!  É esfiiiiiiiirra!”  “Ô GLOBO hein?!?!   Coca=Cola!   Cerveja!  Guaraviton!  Cerveja!” “Ô empada!  Alô salgado!”

Para completar a barulheira: Vrrrrrrrrrrrrrrruuuuuuuuuuuuuuummmmmmmmmmmmmm  Lá vai!  Lá vem!  É o triciclo-motor dos policiais de areia.




   

Desisto!  Já bebi minha garrinha de água.   Agora preciso do meu tradicional mate de botijão.  Por alguns anos ficou proibido vender mate nesse tipo de recipiente.  Graças a Deus voltou!  Esse é o melhor acompanhamento para o biscoito GLOBO.  Não consigo escrever “GLOBO” em minúsculo.   É assim que eu o vejo.

Olho para todos os lados. Um casal sentado ao meu lado deve ter achado que eu estava de olho neles e se mudam!   Ainda bem!   Detesto gente grudada em mim.   A praia enorme, cheia de espaço e eles grudaram em mim!  Praia em cidade grande tem muito disso.  Acho que é atração para ficar perto de outras pessoas, para evitando assim um roubo.    Se você tem outra teoria, por favor, me diga.

Cadê meu mate de botijão?  Será que hoje não vai ter?  É sábado!   De sol!   Até agora nada...

Finalmente surge no horizonte a cor laranja do meu herói, com seus dois botijões de mate e limão, um em cada ombro.


Mate com um dedinho de limão.”  É assim que eu peço.



Satisfeita.  Recolho tudo e pego o caminho de casa.

Os sons da praia ficam para trás.  Pelo menos aqui de Copacabana!



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