sexta-feira, 10 de outubro de 2008

"Voei ao Recife"



Verdadeiramente voei ao Recife, já que foi uma viagem de menos de 48 horas. Mas deu para sentir, nas pessoas que lá encontrei, o amor que sentem pela sua cidade, sua região.

Quando retornei, mostrei minha série de fotos feitas, nas poucas horas passadas lá, ao meu amigo, o poeta Luiz de Aquino. Não é que ele transformou esse passeio pela cidade em um poema?

E então, eu juntei seu poema às minhas fotos e, ao fundo, uma musiquinha bem brasileira!

"Voei ao Recife" (*)

Um trio de gatas mulheres
percorre o Recife antigo,
tão novo a seus olhos.

Tudo é encanto
ao sol do Nordeste ante o mar
Atlântico e belo,

desde as crianças a brincar
em cor e alegres, como se a vida
sempre começasse agora.

E há o mar, um mar
de verde e águas mornas
Ornadas de espumas grinaldas.

Palma de coqueiro ao vento
feito "os cabelos da morena"
assanhados ao vento.

Praia, calçada, asfalto e
quiosque e mudas de coqueiro
aberçadas em redes plásticas.

Há um que se mescla aos que trabalham,
e finge pescar:
será poeta, Pessoa?

A pele negra de olhar oculto
e sorriso fácil
embala meus olhos, ai!

E vai-se, por aí,
anônima, a se perder
ante o concreto e vidros.

Há nuvens... Choveu?
(De novo, o ébano de riso e óculos).
E tu, plácida, a sugerir-me ósculos!

Rio, mar, luz:
Capiberibe Atlântico pontes
e cais de Bandeira, Manuel.

O trãnsito, o verde e os vasos
na orla de verde-mar, verde-mato
e de novo tu, que eu amo!

No casario, história
e arte – memória! E um marco
rubro e forte.

Noite: presídio antigo, pedras,
vetusta parede, luz, por onde anda
Ana, avó de Jesus.

De novo o dia de verde e sol
e tons de arco-íris.
Recife, porém, é rubro-negra.

(*) Verso de Manuel Bandeira em "Cotovia".
Luiz de Aquino, poeta querido, essa é a minha homenagem aos 30 anos, que você comemora do seu primeiro livro, “O CERCO”, de 1978.

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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Manhã Inesquecível

Ontem passei uma manhã que há muito não vivia.

Chegou o grande dia do meu check-up anual promovido pela empresa onde trabalho. Esse ano eu prometi que não levaria os 6/7 meses como nos últimos anos. Recolher-me-ia numa clínica indicada e passaria um grande período do dia por conta dos exames.
Portanto, rumo ao grande desafio.
Quando lá cheguei, parecia que estavam adivinhando tudo que eu precisa. A recepção foi das melhores, não faltaram sorrisos!

Depois de deixar cocô e xixi na recepção, começou a sucessão de prazeres. Antes, uma picada na minha veia "bailarina" que foi agarrada com destreza pelos dedos da enfermeira. Logo depois a foto erótica do meu tórax que, mesmo vestida, conseguiu registrar meu âmago.

Agora sim, começamos as sessões de prazer total.
Para iniciar, ultra-sonografias: deliciosas carícias nos meus seios com um aparelhinho untado de um gel geladinho, que não há "uvinhas" que não resistam. E aquele aparelhinho safado foi descendo, me acariciando toda! Uiiiiiiiii As carícias foram se expandindo, percorrendo meu abdômen. No início, tímidas. Mas logo, logo se tornaram intensas e até mesmo com um certo vigor, pelo meu estômago, pâncreas, fígado, intestino, rins. Precisava ver como a minha excitação aumentava.

Quando eu comecei a delirar, achando que ele desceria mais, parou! Foi trocado por outro aparelhinho de formato fálico. Esse sim, foi a penetração total e foi lá mesmo onde você está pensando que ele me invadiu. Infelizmente seus movimentos eram muito lentos e superficiais e por alguma falha técnica não vibrava. Foi um entra-e-sai com muitas paradinhas. Dei uma broxada.

Bem, a medida que a idade vai avançando, mais exames vão sendo acrescentados. Continuei minha bateria ...

Em seguida os mais variados encontros íntimos.
O clínico geral, além de me apalpar toda, invadiu o buraco do meu ouvido e da minha boca com aparelhinhos e espátulas. O oftalmologista invadiu os meu olhos e ainda sussurrou no meu ouvido enquanto colocava aquela luz fortíssima nos meus olhos. O cardiologista foi mais gentil; enquanto aplicava o teste ergométrico, apenas apertava meu braço com outro aparelhinho e mandava eu olhar as copas das árvores do pôster que estava na minha frente para que eu mantivesse a postura e equilíbrio.
Já no ecocardiograma fui recebida por uma técnica que parecia que assim que saísse dali, iria dançar numa boate erótica da rua Prado Junior. Na mamografia o que não faltou foram amassos. Foram tão intensos que não sei como não uivei de dor.
A ginecologista, que era de origem oriental, deve ter pensado que a minha "racha" era igual a dela ( na horizontal). Enfiou o espéculo de tal forma que por pouco não me machucou. Foi mais uma a me invadir e apalpar meus seios.
Mas o ponto alto foi o exame proctológico ! A médica, muito simpática e bem-humorada, me recebeu com alegria – não entendi! Conversamos como duas velhas amigas sobre o tema daquele momento e outros assuntos ( deve ser a tática usada por ela para relaxar seus pacientes). Eu disse que estava tranqüila, pois já era veterana, afinal de contas era a minha terceira vez naquele tipo de exame. Enquanto isso mais um orifício invadido com candura, dedos, anestésico e fibroscópio (até o nome é erótico: FIBROSO rsrsrs).
No final ela disse que estava tudo bem e que havia penetrado 18 cm.
Claro que eu perguntei: "Para você 18 cm satisfaz?" Perguntei na intenção de saber se atendia às expectativas do exame. Ela apenas respondeu: "E como ..."

Como você pode observar, tive, praticamente, todos os orifícios invadidos, exceto as narinas. Sabe que eu acho que foi por isso que não gozei...?!?!?!

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