Não tive como não me emocionar com a morte de Michael Jackson.
Eu tenho dificuldade de sentir pena, mas desse menino era o sentimento mais forte que eu tinha. Afinal de contas ele foi meu companheiro de tantas horas. Conhecemo-nos muito cedo (por volta dos meus dez anos) e ele nem sabia desse nosso encontro. Ficou ao meu lado por toda a minha adolescência e grande parte da minha juventude. Uma semana antes da sua morte, eu havia comprado seu novo DVD: eu estava com saudades. Logo depois ele morreu. Que nesse outro plano ele encontre a plenitude que lhe faltou nesse planeta.
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domingo, 30 de agosto de 2009
O menino Michael
sábado, 25 de abril de 2009
BANCA DO BLUES
É só abrir o portão do prédio onde moro, dar o primeiro passo na calçada, que as atrações começam a surgir. Ainda mais quando se trata da velha Copacabana. Mas não é de Copacabana que vou falar, mas sim do Centro da Cidade que também é um caldeirão de atrações.
Outro dia, após tentarmos, eu e minha amiga Inês, assistir ao show de comemoração do aniversário do maravilhoso Paulo César Pinheiro, sem êxito, caímos no teatro Maison de France, num clássico musical inglês. Vá lá que o texto não era lá essas coisas... mas valeu pela bela produção e interpretação dos atores, principalmente a voz da atriz-cantora e é claro, pela relaxada que demos naquela sexta-feira após tantos feriados e poucos dias úteis que nos deixaram desorientadas.
Ao sairmos do teatro, Inês deu a idéia de retornarmos para nossas casas de metrô, o que nos faria andar até à estação Cinelândia. Confesso que fiquei um pouco amedrontada pela hora alta e o bom pedaço que teríamos que caminhar (coisa que não é do meu feitio), mas ela me passou confiança, portanto concordei. Assim seguimos pela avenida Presidente Wilson até chegarmos na esquina da avenida Rio Branco. Lá fomos surpreendidas por um aglomerado de pessoas, na sua maioria acima dos WD40 (assim a rapaziada não fica enferrujada) e na curvatura da esquina, por várias motos no estilo do filme Easy Rider (Lembram?).
Claro que a minha curiosidade ficou aguçada. Inês, mulher super antenada, além do seu tempo, logo me disse ser a banca do blues.
Banca do Blues? What is this?-perguntei, para combinar com o clima do lugar.
Ao aproximar-nos percebi aquela parafernália típica de que ali ia rolar ou já havia rolado muito som. Maravilha! Ia rolar. Um carinha, com cara de motociclista “bluzeiro”, anunciava a apresentação de um grupo de blues chamado algo parecido com “miolos embrulhos” (foi o que entendi) e pedia para o pessoal comprar a cerveja em sua banca e terem um pouco de paciência na demora do atendimento, além de falar do amor que ele tinha de poder promover aquele evento sem ganhar nada (além do lucro da cerveja).
Começou o show! Gente, música da melhor qualidade! Meus pezinhos e depois cabeça, tronco e membros não conseguiram ficar parados. Claro que prestigiei a cervejinha da banca do jornaleiro Paulo Vanzillota (depois fiquei sabendo o seu nome).
Desde 2006, passam ali grandes bandas de blues e rock e o sonho do Paulo e uma apresentação do Celso Blues Boys, que esteve lá nesse dia, mas não pode dar uma palinha, pois teria que fazer o seu show no teatro Rival.
Fica aí a dica para amantes de blues e rock and roll, curtir um happy hour no coração do Rio e o melhor: de GRAÇA, todas às sextas-feiras, a partir das 19:30 horas.
Quem quiser saber mais acesse os links abaixo:
http://www.bancadoblues.blogspot.com/
http://www.bancadoblues.com/
Ah, o nome do grupo daquela noite: MIULHOS ENDRULHOS. O que isso quer dizer? Ah,sei lá! Mas os coroas são bons demais!!
Fotos: Marluci Costa
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Três rainhas, Zona Oeste
Foto: Marluci Costa
Os verdes pelos perdidos
domingo, 21 de dezembro de 2008
Parada Iluminada de Natal - 2008
Mais uma vez ela chegou sorrateira, sem grandes alardes. Só ficamos sabendo às vésperas do desfile. É a “Parada Iluminada” de Natal, promovida pela Coca Cola Company.
Apesar dos tantos malefícios que seu refrigerante mais famoso nos traz, o grupo dá um jeito de nos presentear nessa época do ano, que estamos mais propícios aos atos de caridade, a ser mais solidários e quando ficamos mais sensíveis, um espetáculo de tamanha beleza.
Este foi o meu segundo ano e confesso que me cansei de tanto aguardar o desfile. Levei meus guarda-chuvas, pois como disse para minhas amigas: “desfile de carnaval chove, noite de Natal também chove, logo, hoje, também teremos chuva.” Ainda bem que minha “praga” não pegou. A noite estava quente e a cena
que se repetia era a de crianças brincando alegremente, naquelas horas da noite, no calçadão e areia da praia de Copacabana.
Como sempre a saída nunca é no horário previsto. Parece que o atraso já está arraigado na cultura carioca. Mas quando os
caminhões da Coca-Cola surgem, eu corro como criança para saúdá-los e me preparar para receber o desfile mágico de anjinhos,
brinquedos, duendes, fadas, príncipes e princesas e o querido Papai Noel. Meus olhinhos infantis brilham e eu vibro, não parando de apertar o botão da minha câmera fotográfica. Nem ligo para uma senhora que teima, em dia de tamanha alegria, vociferar no meu ouvido, por ter chegado cedo e não conseguir assistir ao desfile “de camarote”, já que a multidão a impedia.
A cada ano um carnavalesco é escolhido para preparar o desfile. Este ano foi a vez de Paulo Barros, da Unidos do Viradouro, escola de samba de Niterói, que trouxe à Avenida Atlântica um sonho mágico de Natal.
Certa vez, assistindo a uma entrevista com o grande carnavalesco Joãozinho Trinta, soube que ele foi do elenco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde participou de diversas montagens de ópera nacionais e internacionais. E foi nesta experiência, que descobriu que o desfile de uma escola de samba é exatamente como uma ópera, com todos os seus elementos. Para à avenida, no Carnaval, ele trouxe esse aprendizado. E soube usá-lo como ninguém.
E aí, se pararmos para observar uma ópera, um desfile de escolas de samba e esse atual desfile natalino, veremos nitidamente como seus elementos se entremeiam.
Vale a pena conferir no próximo ano.
Fotos: MARLUCI COSTA
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Correção:
Fabrício Guerra, que participou da criação da Parada Iluminada de 2008, me corrigiu informando que o responsável pela concepção do desfile deste ano foi o artística plástico André Paz.
Leiam o seu comentário.
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domingo, 14 de dezembro de 2008
SACOS PLÁSTICOS
Por isso, mesmo antes de saber todas as conseqüências geradas com o acúmulo de sacos descartados pelo mundo, tratei de providenciar uma sacola de nylon colorida, daquelas compradas em feira livre, para carregar minhas compras de supermercado. Sei que logo depois, essas bolsas ficaram “fashion” e no verão, as moças, começaram a usá-las para irem à praia.
Deixando de lado a moda, a minha intenção com aquela bolsa não era fazer sucesso, sim diminuir aquele exagero que ficava no armário lá de casa.
Fiquei feliz quando descobri várias possibilidades de reciclá-los. Achava que essa era a solução. Eu adorava doá-los para grupos de senhoras que criavam coisas lindas, usando-os como matéria-prima.
Hoje eu entendo que não é essa a solução. A solução é diminuir o seu uso, evitando assim o desperdício e reciclar cada vez menos.
Dêem uma olhadinha nesse vídeo. Para os sensíveis aos maus tratos à natureza, choca bastante.
É hora de se pensar seriamente numa política de uso restritivo dos sacos plásticos. Temos tantas opções não é mesmo? Sacolas retornáveis, de lona, de papel... Enfim, é só querermos.
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domingo, 7 de dezembro de 2008
"OH MINAS GERAIS "
Ma tu dormi, e non pensi al tuo fido,
Vieni sul mar,
Addio dunque, riposa, e domani
Ma tu dormi, e non pensi al tuo fido,
Vieni sul mar,
Da quel giorno che t'ho conosciuta,
Fra le belle tu sei la più bella,
domingo, 2 de novembro de 2008
Ah, minha Portela ...
“Portela, Portela fenômeno que não se pode explicar
Portela, Portela uma corrente
faz a gente sem querer sambar
É ela, é ela, o novo amor a quem
eu quero agora me entregar
O samba fez milagre reabriu
meu coração para a Portela entrar
O samba fez milagre reabriu
meu coração para a Portela entrar - pela porta." (Luiz Ayrão)
Ontem conheci sua quadra participando da famosa feijoada da família portelense. Foi a minha entrada, nessa que desde menina, é a minha escola do coração. Foi uma estréia triunfal em um mundo que pouco conheço, mas que me fascina pela vibração, alegria, amor e dedicação dos seus adeptos. É contagiante !
Costumava dizer “Não gosto de samba”, mas cada vez mais sou apresentada ao que há de melhor nessa categoria musical, seja em bares da Lapa, festas de amigos, shows e agora em um reduto genuíno, o da Portela. Já sou candidata a entrar numa aula de samba no pé, no mês de dezembro, para assim não fazer feio nos poucos lugares que estarei no carnaval. Sim, poucos, pois não tenho mais a energia de outrora e o corpo pede descanso cedo, cedo.
Falando um pouquinho de ontem. Senti-me em casa... no meu reduto. Não foi pelos sambas contagiantes. Foi pelas “bundas”! Vocês não imaginam !!! Eram muitas bundas!!!
E bundas ENORRRRRMES !!!!
Imaginem quando dezenas de mulheres, com bunda grande, resolvem se reunir em um só lugar. Pois é, elas estavam lá: de shortinhos, saias minúsculas, calças compridas colantes ou até mesmo vestidas discretamente, como eu. Mas não conseguiam ficar discretas, já que as bundas se destacavam. Gente, senti-me uma igual.
Paulinho não estava lá (Depois daquele sorriso lindo que ele me deu no Palácio da Ferramentas, fiquei íntima. Bem, isso é outra história.), mas foi muito bem representado na voz de Tereza Cristina. Para mim é a cantora que melhor canta Paulinho da Viola.
Quando ela cantou ...
“Ah minha Portela
Quando eu vi você passar
Senti meu coração apertado
Todo meu corpo tomado
Minha alegria voltar
Não posso definir aquele azul
Não era do céu, nem era do mar
Foi um rio que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar
Foi um rio que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar" (Paulinho da Viola)
... levantou a multidão: Não havia quem não se contagiasse sambado e cantando.
Para seu conhecimento, o samba enredo da Portela para o Carnaval 2009 é "E por falar em Amor, onde anda Você?", que fala de um amor universal. Quer coisa mais bonita? Só podia ser minha Portela, da águia imponente; do azul e branco, combinação perfeita de “céu e paz”, da N.Sra. da Conceição, padroeira da escola e da Clara Nunes, que nunca viu coisa mais bela.
É isso aí, 21 vezes campeã do carnaval carioca. Vamos lá Portela, rumo ao 22º título!
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sexta-feira, 10 de outubro de 2008
"Voei ao Recife"
Verdadeiramente voei ao Recife, já que foi uma viagem de menos de 48 horas. Mas deu para sentir, nas pessoas que lá encontrei, o amor que sentem pela sua cidade, sua região.
Quando retornei, mostrei minha série de fotos feitas, nas poucas horas passadas lá, ao meu amigo, o poeta Luiz de Aquino. Não é que ele transformou esse passeio pela cidade em um poema?
E então, eu juntei seu poema às minhas fotos e, ao fundo, uma musiquinha bem brasileira!
Um trio de gatas mulheres
percorre o Recife antigo,
tão novo a seus olhos.
Tudo é encanto
ao sol do Nordeste ante o mar
Atlântico e belo,
desde as crianças a brincar
em cor e alegres, como se a vida
sempre começasse agora.
E há o mar, um mar
de verde e águas mornas
Ornadas de espumas grinaldas.
Palma de coqueiro ao vento
feito "os cabelos da morena"
assanhados ao vento.
Praia, calçada, asfalto e
quiosque e mudas de coqueiro
aberçadas em redes plásticas.
Há um que se mescla aos que trabalham,
e finge pescar:
será poeta, Pessoa?
A pele negra de olhar oculto
e sorriso fácil
embala meus olhos, ai!
E vai-se, por aí,
anônima, a se perder
ante o concreto e vidros.
Há nuvens... Choveu?
(De novo, o ébano de riso e óculos).
E tu, plácida, a sugerir-me ósculos!
Rio, mar, luz:
Capiberibe Atlântico pontes
e cais de Bandeira, Manuel.
O trãnsito, o verde e os vasos
na orla de verde-mar, verde-mato
e de novo tu, que eu amo!
No casario, história
e arte – memória! E um marco
rubro e forte.
Noite: presídio antigo, pedras,
vetusta parede, luz, por onde anda
Ana, avó de Jesus.
De novo o dia de verde e sol
e tons de arco-íris.
Recife, porém, é rubro-negra.
(*) Verso de Manuel Bandeira em "Cotovia".