Verdadeiramente voei ao Recife, já que foi uma viagem de menos de 48 horas. Mas deu para sentir, nas pessoas que lá encontrei, o amor que sentem pela sua cidade, sua região.
Quando retornei, mostrei minha série de fotos feitas, nas poucas horas passadas lá, ao meu amigo, o poeta Luiz de Aquino. Não é que ele transformou esse passeio pela cidade em um poema?
E então, eu juntei seu poema às minhas fotos e, ao fundo, uma musiquinha bem brasileira!
"Voei ao Recife" (*)
Um trio de gatas mulheres
percorre o Recife antigo,
tão novo a seus olhos.
Tudo é encanto
ao sol do Nordeste ante o mar
Atlântico e belo,
desde as crianças a brincar
em cor e alegres, como se a vida
sempre começasse agora.
E há o mar, um mar
de verde e águas mornas
Ornadas de espumas grinaldas.
Palma de coqueiro ao vento
feito "os cabelos da morena"
assanhados ao vento.
Praia, calçada, asfalto e
quiosque e mudas de coqueiro
aberçadas em redes plásticas.
Há um que se mescla aos que trabalham,
e finge pescar:
será poeta, Pessoa?
A pele negra de olhar oculto
e sorriso fácil
embala meus olhos, ai!
E vai-se, por aí,
anônima, a se perder
ante o concreto e vidros.
Há nuvens... Choveu?
(De novo, o ébano de riso e óculos).
E tu, plácida, a sugerir-me ósculos!
Rio, mar, luz:
Capiberibe Atlântico pontes
e cais de Bandeira, Manuel.
O trãnsito, o verde e os vasos
na orla de verde-mar, verde-mato
e de novo tu, que eu amo!
No casario, história
e arte – memória! E um marco
rubro e forte.
Noite: presídio antigo, pedras,
vetusta parede, luz, por onde anda
Ana, avó de Jesus.
De novo o dia de verde e sol
e tons de arco-íris.
Recife, porém, é rubro-negra.
(*) Verso de Manuel Bandeira em "Cotovia".
Um trio de gatas mulheres
percorre o Recife antigo,
tão novo a seus olhos.
Tudo é encanto
ao sol do Nordeste ante o mar
Atlântico e belo,
desde as crianças a brincar
em cor e alegres, como se a vida
sempre começasse agora.
E há o mar, um mar
de verde e águas mornas
Ornadas de espumas grinaldas.
Palma de coqueiro ao vento
feito "os cabelos da morena"
assanhados ao vento.
Praia, calçada, asfalto e
quiosque e mudas de coqueiro
aberçadas em redes plásticas.
Há um que se mescla aos que trabalham,
e finge pescar:
será poeta, Pessoa?
A pele negra de olhar oculto
e sorriso fácil
embala meus olhos, ai!
E vai-se, por aí,
anônima, a se perder
ante o concreto e vidros.
Há nuvens... Choveu?
(De novo, o ébano de riso e óculos).
E tu, plácida, a sugerir-me ósculos!
Rio, mar, luz:
Capiberibe Atlântico pontes
e cais de Bandeira, Manuel.
O trãnsito, o verde e os vasos
na orla de verde-mar, verde-mato
e de novo tu, que eu amo!
No casario, história
e arte – memória! E um marco
rubro e forte.
Noite: presídio antigo, pedras,
vetusta parede, luz, por onde anda
Ana, avó de Jesus.
De novo o dia de verde e sol
e tons de arco-íris.
Recife, porém, é rubro-negra.
(*) Verso de Manuel Bandeira em "Cotovia".
Luiz de Aquino, poeta querido, essa é a minha homenagem aos 30 anos, que você comemora do seu primeiro livro, “O CERCO”, de 1978.
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