segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O Rio de Janeiro não é dado às flores... Ou é ?

É... Ela chegou! Com ela veio o calor e o céu de brigadeiro.

No início da primavera recebi inúmeras mensagens saudando-a. Os blogs estavam repletos de flores. Olhei para um lado, olhei para o outro e nada vi dessa realidade ao meu redor. Os dias começaram a ficar cinzentos, temperaturas altas, de repente baixas e assim continuam os dias.

As flores que nasceram com bastante antecedência à entrada da primavera, no ano passado, nos poucos vasos de plantas que tenho, não deram o ar da graça.

Flores eu não vi em nenhuma parte por onde passei. O Rio não cultiva flores. Com o tempo seco, as flores do Parque do Flamengo, sumiram. Até os dois ipês rosas , em frente ao aeroporto Santos Dumont, ficaram carecas. Depois descobri que sua florada é de curta duração.

O bougainville frondoso e florido, ao lado de um pequeno parque dentro do Aterro do Flamengo, também minguou.

Lancei um olhar primaveril a minha volta, mas só encontrei a estação florida nas lojas de roupas, onde apresentavam suas coleções de primavera-verão.

Meu Deus, onde estão as flores desta cidade ??? Apesar de não ter condição de sair por todos os lugares, fiquei indócil: deve haver flores em alguma parte, além das floriculturas.

Inspirada, fui caminhar no parque do Flamengo, munida da minha máquina fotográfica. Lá é o lugar! Com certeza encontrarei algumas flores, pensei.



Maravilha! Logo que cheguei, na primeira curva, exatamente na entrada do parque, deparei-me com árvores floridas: um lindo ipê rosa e uma resedá ou extremosa (descobri seu nome depois, pesquisando na internet). Muitas outras desta encontrei no meu caminho e todo o tempo confundia com ipê, pois são muito parecidas. Aliás, fiquei encantada, pois não imaginava que tínhamos tantos ipês e resedás no parque do Flamengo.



Após caminhar um quarto do meu trajeto, encontrei bicicletas para alugar. PERFEITO! Pedalar, sentir o delicioso vento no rosto e ir mais longe do que imaginara. Imediatamente aluguei uma, que se encontrava bem debaixo de um ipê e uma resedá. Lindas!

A partir daí o passeio ficou ainda melhor. Foi uma sucessão de paineiras vermelhas, patas de vaca, calliandras e outras que ainda não sei nomear.



Descobri flores e cheiros nunca antes experimentados. Manacás e jasmins-manga foram a minha surpresa.



Comprovando a mudança dos tempos, encontrei algumas amendoeiras perdendo suas folhas avermelhadas. Ora, lá é época para isso...??? Já é hora de estarem repletas de novas folhas, bem verdes. É primavera!

Os flamboyants estavam sem flores e em muitas outras árvores elas começavam a despontar timidamente.



E finalmente eis que surge: imponente, volumosa com uma floração das mais lindas que já vi em uma palmeira, a TALIPOT ou do Ceilão, preferida de Burle Marx.
Ela só floresce uma vez na vida. E depois morre. Ocorre entre os seus 40 e 70 anos de idade.



A primavera está aí e eu a sinto dentro de mim com a sensação de esperança renovada, aconchego dos dias, acompanhada do seu colorido e perfume.
É só levar seu olhar até ela.





Fotos: Marluci Costa


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